A partir de 1930, a vinda dos judeus para o Brasil foi muito discutida. Os nacionalistas defendiam a imigração de grupos que contribuíssem para o cultivo da terra ou que trouxessem capitais para serem aqui aplicados. Como os judeus não faziam nem uma coisa nem outra, deveria ser impedida a sua entrada no país.

 

Em 1935, o governo brasileiro começou a negar vistos a judeus, o que se explica por uma combinação de razões, dentre elas a preocupação em definir a identidade nacional e a ascensão dos nazistas ao poder na Alemanha (1933). Durante o Estado NovoDitadura Vargas que se iniciou com o golpe de 10/11/1937 e terminou em 29/10/1945 com sua deposição pelos militares. Nesta mesma data foi outorgada a Constituição, elaborada pelo jurista Francisco Campos, a partir de concepções autoritárias dos regimes fascistas europeus. Na prática, entretanto, esta Carta Constitucional não vigorou, visto que até 1945 Vargas governou por meio de decretos-lei. O período do Estado Novo se caracterizou pela centralização do poder no Executivo e pela ação intervencionista do Estado. O governo foi apoiado por alguns setores da classe média e pelo operariado, sensibilizado pela imagem de Vargas como "o pai dos pobres". uma circular secreta proibiu a concessão de vistos a "pessoas de origem semita", inclusive turistas e negociantes, o que causou uma queda de 75% da imigração judaica ao longo daquele ano.

Entretanto, mesmo com as imposições da lei, muitos judeus continuaram entrando ilegalmente no país durante a guerra, e as ameaças de deportação em massa nunca foram concretizadas, apesar da extradição de alguns indivíduos por sua militância política. Assim, a proibição da entrada de judeus no país não se deu de forma igual por todo o período da ditadura Vargas: ora era totalmente interrompida, ora aplicada para uns e não para outros, de acordo com a proximidade entre parentes e autoridades.

 

Muitas vezes, diplomatas tratavam a questão dos vistos de acordo com suas próprias convicções, ora negando vistos, ora os concedendo, como fazia o embaixador Luís Martins de Souza Dantas, que de Paris salvou inúmeras vidas.


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