Este canal apresenta um breve panorama sobre o processo de ocupação do território brasileiro, com ênfase nas contribuições prestadas por distintos grupos étnicos. Para mais informações, acesse a publicação completa Brasil: 500 anos de povoamento.

Razões da emigração árabe

Os povos árabes emigraram, basicamente, por motivos religiosos e por motivos econômico-sociais ligados à estrutura agrária dos países de origem.

Motivos religiosos

No Império Otomano de fé islâmica, as comunidades cristãs da Síria, Líbano e Egito foram não somente perseguidasPerseguição e castigo aos cristãos

Fatos importantes da perseguição são o massacre de 1860, a extensão do serviço militar obrigatório aos cristãos em 1909, ou a condição de cidadãos de segunda classe dentro do Império. Em Beirute e Trípoli, os cristãos não podiam andar nas calçadas, sendo freqüentemente molestados pelos muçulmanos.
pelos mulçumanos, como passaram por severos sofrimentos infringidos pelos turcos.

O maior contingente de imigrantes, portanto, é de cristãos, vindos em grande parte do Líbano e da Síria. São bem menores as levas saídas de outros pontos do antigo Império Otomano, como Turquia, Palestina, Egito, Jordânia e Iraque.

Motivos econômico-sociais

Ao lado do problema religioso, a escassez de terras foi um fator importante de estímulo à emigração. A propriedade de pequenos lotes de terra arável, onde o trabalho era feito pelo núcleo familiar, começou a sofrer limites para a partilha entre os filhos, uma vez que o parcelamento chegara ao ponto de não mais suprir o sustento de novas famílias. Diante desta realidade, à população pobre restava apenas a busca, em outras terras, das condições de sobrevivência.

Entre 1871 e 1900, apenas 5.400 pessoas tinham aportado no Brasil, transplantando consigo suas
diferenças religiosasO cristianismo oriental divide-se em quatro grupos: os Maronitas, predominantes no Líbano; a Igreja Ortodoxa, presente no Líbano e em maior número na Síria, porém com grande penetração no mundo eslavo; os Melquitas, na Síria, Palestina e Egito e os Coptas, no Egito. Os Maronitas têm como chefe espiritual o Patriarca de Antióquia, leem a Bíblia em árabe e estão em união estreita com a Igreja Católica Romana, pois o Patriarca é confirmado por Roma. Os Melquitas estão sujeitos ao Patriarca de Antióquia, estão vinculadas à Santa Sé, mas seguem o ritual bizantino. Os Ortodoxos creem conservar a doutrina e ritual dos Apóstolos, daí a denominação. Não possuem um Papa nem outra autoridade suprema, mas uma federação de igrejas autônomas, que celebram o culto em sua própria língua e costumes. Os Coptas, por fim, acreditam somente na divindade do Cristo, recusando a sua humanidade. Sua linguagem litúrgica provém do egípcio antigo mas escrito com maiúsculas gregas, sendo uma "língua morta" só usada em caráter religioso. O chefe espiritual é o Patriarca de Alexandria., presentes em algum grau em 95% dos imigrantes árabes.


João José RescalaDescendente de imigrantes árabes, nasceu no Rio de Janeiro, em 1910. Estudou arte no Liceu de Artes e Ofícios e na Escola Nacional de Belas Artes. Em 1943, conquistou o prêmio de Viagem ao Exterior no Salão Nacional de Belas Artes, viajando para os Estados Unidos onde expôs individualmente em Nova Iorque e Chicago. Rescala participou do Grupo Bernadelli, no Rio de Janeiro, ao lado de Pancetti, Bustamente de Sá, Milton Dacosta, Sigaud, Malagoli entre outros. Catedrático de teoria, conservação e restauração de pintura na Escola de Belas Artes da Bahia, onde foi diretor entre 1963 e 1967.





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