O destino dos imigrantes no período da imigração subvencionada foram as fazendas de café de São Paulo e os núcleos de colonização, principalmente os oficiais, localizados no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Espírito Santo.
Afora esses dois objetivos, uma terceira parte de imigrantes localizou-se nas cidades, como o Rio de Janeiro e São Paulo, adensadas por indivíduos que abandonavam o campo, reemigravam de outros países ou mesmo burlavam a vigilância, não seguindo para o interior.
Fazendas de café - relação de trabalho
A grande massa de italianos que se tornava colono ou empregado de uma fazenda de café trabalhava em condições muito duras, tendo pequenas oportunidades de acumular algum capital. Eram proporcionalmente poucos os que realizavam o sonho da compra de uma pequena propriedade e quando o faziam, não se tratava de propriedades de grande valor.
As famílias de imigrantes que chegavam nas fazendas de café se submetiam a um contrato de trabalho segundo o qual todos, inclusive mulheres e crianças, deviam trabalhar. O contrato determinava, ainda, que cada família cuidaria de um número determinado de pés de café, recebendo por cada mil pés uma certa quantia em dinheiro.
Além disso, o contrato lhes dava direito à casa e quintal, podendo criar animais, fazer horta e plantar milho e feijão entre as fileiras do cafezal que estivessem a seu cuidado. Raramente, no entanto, podiam dispor do excedente dessa produção para comecializar.
Núcleos de colonização
As condições de vida enfrentadas pelos imigrantes que chegavam nos núcelos de colonização, ou colônias de povoamento, também não foram fáceis.
Os italianos chegaram ao sul do país após os alemães e, por esta razão, os núcleos coloniais para onde foram encaminhados estavam mais distantes das regiões já habitadas, situando-se em áreas pouco férteis e desprovidas de meios de comunicação, necessários para o escoamento de produtos ou para a maior integração com o resto do país. Além dessas dificuldades, não havia qualquer tipo de assistência médica ou religiosa.
Em condições tão adversas, não eram incomuns os casos de abandono do lote por moradores que, após mais de dez anos, quase nada possuíam e ainda deviam ao governo e a comerciantes do local.
Sucessos e fracassos dos núcleos italianos de povoamento
- Rio Grande do Sul: o sucesso das colônias aí criadas foi desigual: houve casos de colônias bem-sucedidas, como as que originaram as cidades de Bento Gonçalves, Garibaldi e Caxias, e exemplos de fracasso, como o de Silveira Martins.
- Santa Catarina: os colonos italianos tiveram que se dirigir para as colônias alemães estabelecidas anteriormente, onde foram discriminados e explorados.
- Paraná: as colônias próximas a Curitiba foram bem-sucedidas, quer porque ali houve como escoar uma produção de alimentos, quer porque foi possível trabalhar na construção de ferrovias (Paranaguá - Curitiba e Curitiba - Ponta Grossa).
- Minas Gerais: prosperaram, principalmente, as colônias estabelecidas próximas a cidades e voltadas para o fornecimento de trabalhadores para obras públicas. Este foi o caso de Barreiros, Carlos Prates e Américo Werneck, criadas em 1896 nos arrebaldes da nova capital (Belo Horizonte).
- Espírito Santo: houve forte presença do imigrante italiano de 1870 até 1920. Na colônia de Demétrio Ribeiro, os lotes foram demarcados em terra fértil e a iniciativa prosperou.