A história da resistência dos escravos é longa e penosa. As revoltas, em movimentos grandes e pequenos, ou foram planejadas, visando à abolição geral, como nos quilombos, ou foram golpes mais modestos que previam punir um senhor ou feitor mais tirano.
Jean Baptiste DebretNasceu em Paris, em 18 de abril de 1768. Após terminar os estudos, Debret resolveu se dedicar à pintura. Depois de uma viagem à Itália, ingressou na Academia de Belas Artes, em 1785. Frequentou mais tarde a Escola Politécnica, organizada para formar engenheiros militares, onde se distinguiu em desenho. Em 1816, organizou-se em Paris, a pedido de D. João VI, a "Missão Artística Francesa", destinada a fundar, no Brasil, uma Academia de Belas Artes. Debret nela se engajou, tendo aqui permanecido 15 anos. De volta à Franca, publicou em 1834 e 1839 o livro "Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil", em 3 volumes, que não foi bem recebido no Brasil: os membros do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro julgaram "chocante que se pintassem costumes de escravos e cenas da vida popular com tanto realismo". É justamente isso, no entanto, que torna o livro um documento de grande valor para o conhecimento dos usos e costumes da época em que permaneceu no Brasil. ilustrou os castigos que eram aplicados aos escravos que cometiam crimes graves, como o roubo, a fuga e os ferimentos em brigas.
Fugas
As fugas representaram um estilo mais constante de rebeldia, tanto por aqueles que as empreenderam como aventura individual, misturando-se aos negromestiços livres, quanto pelos que se juntaram para formar quilombos.
Quilombos
Os quilombosOs quilombos foram aldeias livres de negros que fugiam para o mato. Os quilombos surgiram no Brasil inteiro, durante todo período em que houve escravidão negra no Brasil. Havia quilombos de vários tamanhos: de cinco a mais de vinte mil pessoas. Com uma organização social e econômica original, os quilombos integravam-se à região onde estavam localizados: contavam com a solidariedade dos comerciantes locais, dos cativos de fazendas vizinhas, de pequenos lavradores, canoeiros, e mesmo, de alguns fazendeiros. (Informações extraídas de: - http://www.nossanegritude.com.br - GOMES, F. dos S. G. História de Quilombolas - Mocambos e comunidades de senzalas no Rio de Janeiro, século XIX. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1995.) floresceram em grande número, em cada lugar onde a escravidão fincou raízes, fosse no mato, na montanha ou nas vizinhanças de fazendas e vilas, pequenas e grandes cidades.
Pequena resistência cotidiana
Esta também foi uma forma de revolta, caracterizada pelo fingimento de doenças, o trabalho mal feito e as estratégias de negociação para extrair pequenas vantagens de seus senhores.