A luta por uma identidade italianaPouco antes do início da "grande imigração" (1870-1920), a Itália ainda era um amontoado de pequenos Estados, alguns independentes, outros sob o domínio estrangeiro. Não havia, portanto, uma identificação comum integrando a população desses vários Estados. A unificação só se completou em 1870, com o movimento pela unificação e ressurreição do espírito italiano da Antiguidade e da Renascença (Risorgimento). Concluída a unificação, entretanto, a Itália passou por um período de caos: derrotas na política externa, caos econômico (desemprego, inflação), político (ausência de lideranças legislativas, radicalismos) e baixa credibilidade do governo. Nesse momento, surgiu Benito Mussolini que chegou ao poder nos anos 1920 e 1930 e implementou uma política de cunho nacionalista, restaurando a credibilidade dos italianos no governo fascista. (italianità) foi uma batalha que os imigrantes, e seus descendentes, tiveram que travar em terras brasileiras. Nessa luta, teve importância a política do governo de Mussolini, que buscava resgatar um sentimento de orgulho "de ser italiano" fora da Itália. Esse foi um período em que a questão da italianità teve um caráter político, com a adesão de muitos imigrantes e descendentes ao fascismo.
Tiveram, também, papel importante muitas instituições, dentre as quais, a Igreja, a escola, as associações beneficentes, profissionais e recreativas e também a imprensa.
- A Igreja Católica, através de um clero italiano e de todo seu poderio no interior da sociedade brasileira, foi fundamental. Os laços entre catolicidade e italianità são estreitos, desdobrando-se nos espaços de ensino e lazer, onde as escolas religiosas e as festas dos santos padroeiros das aldeias sempre foram o grande destaque.
- A língua foi outro ponto crucial e complexo, pois o falar italiano era instrumento estratégico de união étnica.
- Para tanto, a escola era fundamental, sendo igualmente um lugar para se aprender corretamente o português.
Mas ter escolas não era fácil: não havia oferta do governo e, ademais, não havia demanda dos imigrantes. Isso ocorria, porque, quer nas fazendas de café, quer nos núcleos coloniais ou nas cidades, todos trabalhavam, restando pouca possibilidade para o encaminhamento de crianças à escola.