Este canal apresenta um breve panorama sobre o processo de ocupação do território brasileiro, com ênfase nas contribuições prestadas por distintos grupos étnicos. Para mais informações, acesse a publicação completa Brasil: 500 anos de povoamento.

João do Rio, famoso cronista e jornalista dos séculos XIX e XX, descreveu os judeus em uma de suas crônicas de 1904, ressaltando a diversidade de tipos físicos e culturais dos que aqui aportavam:

"Havia gente morena, gente clara; mulheres vestidas à moda hebraica de túnica e alpercata, mostrando os pés, homens de chapéus enterrados na cabeça, caras femininas de lenço amarrado na testa e crianças lindas."


Lasar SegallPintor e escultor brasileiro de origem lituana (1891-1957). Estudou na Academia Imperial de Belas Artes de Berlim. Identificou-se com o movimento expressionista e trouxe para São Paulo, em 1913, a primeira mostra de arte moderna do país. A Semana de Arte Moderna de 1922 e o tropicalismo inspiraram sua pintura, cujos temas mais marcantes são a guerra, a questão judaica, a vida dos emigrantes, trabalhadores e prostitutas.

 

O fluxo migratório judaico se intensificou com a liberdade de culto garantida pela Constituição do Império.

Os judeus marroquinos, descendentes diretos das comunidades judaicas expulsas da Península Ibérica pelos "Reis Católicos", se fixaram em Pernambuco e na Bahia e, principalmente, na Amazônia.

Dedicaram-se ao comércio local, a despeito da animosidade de outros negociantes.

Chegaram também os judeus pobres do Leste Europeu, que sobreviveram ao assassinato do czar russo em 1881. Vieram fugindo dos ataques antissemitas. Para facilitar a transferência dos judeus russos para as colônias agrícolas na América, foi fundada, em 1881, a Yidishe Kolonizatsye Gezelshaft (Associação da Colonização Judaica, ou ICA). Esta Associação atuava no sentido de despertar o interesse dos governos locais para a imigração judaica.

Nas décadas de 1920 e 1930, os imigrantes judeus vinham não só da Europa Oriental, mas de todas as regiões do então esfacelado Império Otomano, como Turquia, Grécia e Rodes. Vindos inicialmente sozinhos, com a intenção de "fazer a América" e ganhar o suficiente para retornar às suas casas, com o passar do tempo, devido às possibilidades de ascensão econômica no Novo Mundo e à exarcebação do antissemitismo na Europa, acabaram por trazer suas famílias.

Na década de 1930, teve início o grande êxodo de judeus alemães, em virtude da ascensão dos nazistas ao poder na Alemanha, em 1933, e da subsequente promulgação das Leis de Nuremberg.

Com as restrições à imigração nos Estados Unidos e em muitos outros países nesse período, estava criado o drama dos refugiados. A situação se agravou quando a Itália endossou as medidas nazistas antissemitas e com o início dos conflitos internacionais que iriam culminar na Segunda Guerra Mundial.


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