Os italianos, como todos os demais imigrantes, deixaram seu país basicamente por motivos econômicos e socioculturais. A emigração, que era muito praticada na Europa, aliviava os países de pressões socioeconômicas, além de alimentá-los com um fluxo de renda vindo do exterior, em nada desprezível, pois era comum que imigrantes enviassem economias para os parentes que haviam ficado.
![Antonio Rocco. Os emigrantes – c. 1910. Óleo sobre tela – 202 x 131 cm. Pinacoteca do Estado de São Paulo](/images/brasil_500/italianos/antoniorocco.jpg)
No caso específico da Itália, depois de um longo período de mais de 20 anos de lutas para a unificação do paísPouco antes do início da "grande imigração" (1870-1920), a Itália ainda era um amontoado de pequenos Estados, alguns independentes, outros sob o domínio estrangeiro. Não havia, portanto, uma identificação comum integrando a população desses vários Estados. A unificação só se completou em 1870, com o movimento pela unificação e ressurreição do espírito italiano da Antiguidade e da Renascença (Risorgimento). Concluída a unificação, entretanto, a Itália passou por um período de caos: derrotas na política externa, caos econômico (desemprego, inflação), político (ausência de lideranças legislativas, radicalismos) e baixa credibilidade do governo. Nesse momento, surgiu Benito Mussolini, que chegou ao poder nos anos 1920 e 1930 e implementou uma política de cunho nacionalista, restaurando a credibilidade dos italianos no governo fascista., sua população, particularmente a rural e mais pobre, tinha dificuldade de sobreviver quer nas pequenas propriedades que possuía ou onde simplesmente trabalhava,quer nas cidades, para onde se deslocava em busca de trabalho.
Nessas condições, portanto, a emigração era não só estimulada pelo governo italiano, como era, também, uma solução de sobrevivência para as famílias. Assim, é possível entender a saída de cerca de 7 milhões de italianos no período compreendido entre 1860 e 1920.
Imigração subvencionada
![Desembarque dos imigrantes na estação da hospedaria - São Paulo (SP) – c.1907. Memorial do Imigrante/Museu da Imigração](/images/brasil_500/italianos/desembarque.jpg)
A imigração subvencionadaFacilitação ou concessão de auxílio em dinheiro para a compra de passagens de imigrantes e para sua instalação inicial no país. Aprovada em 1871, logo após a Lei do Ventre Livre, foi, inicialmente, uma iniciativa de fazendeiros. No decorrer do tempo, entretanto, a participação destes foi sendo transferida cada vez mais para os governos, provinciais e imperial, até 1889, e posteriormente estaduais e federal. se estendeu de 1870 a 1930 e visava a estimular a vinda de imigrantes: as passagens eram financiadas por fazendeiros e pelo governo brasileiro, bem como o alojamento e o trabalho inicial no campo ou na lavoura. Os imigrantes se comprometiam com contratos que estabeleciam não só o local para onde se dirigiriam, como igualmente as condições de trabalho a que se submeteriam.
Como a imigração subvencionada estimulava a vinda de famílias, e não de indivíduos isolados, nesse período chegavam famílias numerosas, de cerca de uma dúzia de pessoas, e integradas por homens, mulheres e crianças de mais de uma geração.